Após alguns segundos sua visão se torna útil novamente. E a primeira coisa que vê é uma televisão, elevada quase ao teto daquela sala branca e ofuscante. As vozes repetitivas em seu sono de morte se tratava de um canal de TV. Apesar de todos esses acontecimentos, nem passava em sua cabeça que estava numa cama de hospital, cercada de aparelhos com beeps repetitivos e delgadas mangueirinhas transparentes, e várias unidades de soro fisiológico. Apesar de estar presa a tudo isso, ela lentamente vira a cabeça para esquerda, e percebe o controle remoto sob uma mesinha de canto, que também eram várias gavetinhas cheias de bandagens e outras coisas. Mesmo com uma agulha no braço direito, ela alcança o controle, e com muito custo desliga aquelas vozes agoniantes e sorridentes que pareciam querer hipnotizar. Após apertar o botão, deixa o controle cair no chão.
Mais alguns minutos foram necessários para que ela voltasse a si por completo. Até então a TV era a única coisa em sua mente. E esse problema fora resolvido. Porém, na medida em que sua memória ia voltando o desespero também. Por fim percebe a situação que estava envolvida, fazendo com que sua respiração se torne ofegante. Fugir não era possível. A porta só se abria e fechava com um cartão de acesso. Com a televisão silenciada, ela ouve passos no corredor. Seu coração dispara. Quem teria deixado a TV ligada?